sábado, 11 de junho de 2016
Porto Alegre lidera atos contra o uso da pele de animais em vestimentas
de Zero Hora
Manifestantes fizeram performance no Largo Glênio Peres, no centro da Capital, para denunciar a exploração dos animais na indústria da moda
Foto: Diego Vara / Agência RBS
Ativistas de diversas capitais do país promoveram ato pacífico e simultâneo de conscientização sobre a exploração dos animais na indústria da moda, denominado "melhor nu do que com a pele que não me pertence".
Em Porto Alegre, a ação de repúdio contra uso de peles ocorreu no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público. A liderança dos atos, aliás, é de Porto Alegre. Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e grupos organizados de outros Estados se uniram à manifestação idealizada pela ativista e gerente comercial gaúcha Juliana Coube. Juliana, aliás, teve a ideia de organizar o ato quando participou de um evento no inverno. Diz ter ficado chocada com o número de pessoas que vestiam casacos, estolas e luvas de pele de animais.
— Não aproveitei o evento, só pensava em quantas vidas foram sacrificadas por vaidade em peças desnecessárias de roupa — disse ela. — Com o avanço da tecnologia, não há explicações para o uso de pele. Não precisamos disso, e tirar a pele do animal é muito cruel. Isso precisa ter um fim. Há materiais sintéticos que substituem a pele.
Juliana considera atos como o deste sábado ensolarado uma forma de conscientização. Enquanto ativistas liderados por ela faziam performances com máscaras de animais, dezenas de pessoas prestavam atenção.
— Muitas pessoas não têm noção de como os animais são mortos para retirada da pele, outras simplesmente não se importam com o sofrimento deles. E enquanto continuarem comprando, esse comércio cruel não vai acabar. Quem compra financia essas mortes — diz a ativista gaúcha.
Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro são os principais Estados produtores de pele de chinchila. O Brasil está em segundo lugar no mundo entre os exportadores da pele desses animais, perdendo apenas para a Argentina, de onde se originam esses roedores.
De acordo com dados de organizações defensoras dos animais, para fazer um casaco de pele de comprimento médio, são mortos 125 arminhos, 100 chinchilas, 70 martas-zibelinas, 50 martas canadianas, 30 ratos almiscarados, 30 sariguéias, 30 coelhos, 27 guaxinins, 17 texugos, 14 lontras, 11 raposas douradas, 11 linces e nove castores. E há ainda dezenas de outros animais que são explorados para a confecção de roupas, calçados e acessórios, como crocodilos, jacarés, cobras, gatos, cangurus, focas, ursos, avestruzes, zebras. A indústria do couro se utiliza de vacas, carneiros, entre outros, e a produção de roupas para festas e fantasias, especialmente as do Carnaval no Brasil, explora penas e plumas de diversas aves.
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